Filha de trabalhadores nordestinos que vieram para o Rio em busca de melhores condições de vida, viveu sua infância e juventude na favela do Rato Molhado, na Zona Norte do Rio. Ao completar 17 anos, teve sua casa removida pelas obras que deram origem à Linha Amarela, indo morar em Pilares.
Assim como outras mulheres da sua geração, achava que não tinha voz. Era 1994 quando, aos 16 anos, foi a um protesto com um grupo de amigos do colégio na Assembleia Legislativa do Rio defender o direito ao passe-livre estudantil. Foi ali que percebeu que tinha uma voz e uma voz potente: sua voz era a de muitas como ela.
São mais de 20 anos lutando contra todo tipo de exploração e opressão. Sempre esteve ao lado dos trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs. Desde jovem se formou como uma lutadora feminista sendo parte da organização do 1º Encontro Nacional de Mulheres Estudantes. Do Grêmio Estudantil do CE João Alfredo, a coordenadora da AMES-Rio, chegou a ser a primeira diretora de mulheres da União Brasileira dos Estudantes Secundarista (UBES).
Mais recentemente, foi parte também das articulações que levaram milhares de mulheres às ruas do país pelo Fora Cunha e na maré feminista que nos últimos anos ocupou as ruas cariocas. Como toda suburbana, trabalha desde nova. Hoje é funcionária do INCA e uma defensora da saúde pública e de qualidade.